Ouro comestível, matéria-prima de lugares como Gana, Madagascar e Tanzânia e embalagens com design exclusivo, que mais parecem cosméticos e porta-joias. Esta é a aposta de sucesso da Saint Phylippe, uma chocolateria fundada há cinco anos em São Paulo, com foco no mercado de luxo do Brasil.
Quem comanda a operação é a chocolatier
Andressa Vasconcellos, 35 anos. Depois de passar oito anos fora do Brasil – período no qual estudou e trabalhou com gastronomia na França, nos Estados Unidos e na Suíça – a empresária voltou disposta a ter sua própria marca gastronômica. “A idéia de investir em chocolates veio por acaso. Comecei fazendo doces em casa mesmo, com a ajuda de uma amiga. Percebi o quanto as vendas de chocolate aumentavam durante a Páscoa e escolhi este caminho”, diz Andressa.
O gosto por receitas elaboradas levou Andressa a apostar no mercado de luxo e colocar em seu portfólio um ovo de Páscoa de um quilo, que leva ouro comestível e custa R$ 410.
Entre os cerca de 150 produtos da Saint Phylippe, uma pequena caixa com três bombons chama atenção. Na linha batizada de Mystique, os chocolates prometem ajudar a realizar sonhos.
Por R$ 41, os consumidores compram a caixinha do chocolate “energizado” por um mantra indiano, que a própria chocolatier Andressa entoa após a produção. “O primeiro chocolate a pessoa deve comer fazendo um pedido. O segundo, ela deve comer agradecendo o pedido como se ele já tivesse sido realizado. E o terceiro ela deve oferecer para alguém querido, que também vai comer mentalizando o desejo”, afirma Andressa.
Produzidos sob encomenda, os chocolates energizados ainda levam pó de ouro comestível, vindo direto da Itália. “Os egípcios associavam o ouro à longevidade e eu também acredito muito nisso”, diz a empresária.
O negócio por trás do mantra
A Saint Phylippe funciona numa casa em São Paulo, onde 20 funcionários cuidam da produção dos chocolates de luxo. A empresa tem capacidade para produzir até 100 quilos de chocolate por dia e a maior parte dos produtos é feita sob encomenda. Os resultados da companhia estão sujeitos a períodos sazonais e o mais próspero, segundo a empresária, é o Natal, quando as vendas dobram em relação aos outros meses.
Os principais clientes são empresas, que encomendam grandes quantidades de chocolate para presentear executivos em datas especiais. Entre a clientela corporativa e fãs da marca, a empresária afirma já ter cerca de 18 mil clientes regulares.
O talento culinário ela já dominava. Faltava o dom empresarial. “No começo eu me preocupava em criar coisas diferentes, mas não entendia da parte administrativa. Se eu gastava R$ 50 para criar um chocolate, por exemplo, vendia por R$ 30. Tentei montar a empresa durante um ano e fui à falência”, diz Andressa, que hoje tem um sócio que cuida da parte administrativa.
Desde o primeiro ano, as vendas anuais da Saint Phylippe aumentam 20% e agora a empresa quer investir no sistema de franquia. Segundo Andressa, a primeira unidade neste sistema abre ainda em março, em um shopping de São Paulo. Com este modelo de ponto de venda, a fábrica de chocolate espera ampliar a participação de consumidores não empresariais.
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